O homem começou a usar tintas e a se expressar artisticamente antes mesmo de inventar a escrita. Ele manifestava seu pensamento através de imagens pintadas e gravadas numa superfície e, para isso, necessitou de meios específicos, como tintas e ferramentas.
As tintas usadas na pré-história eram feitas de corantes naturais: terras, carvão vegetal, óxido de ferro, cal branco e ossos queimados de animais. Apanhados do chão em sua forma natural, os diferentes tipos de terra forneciam os tons ocres característicos das pinturas rupestres, nas quais predominavam também pretos e vermelhos. Os tons de vermelho, assim como o amarelo e o lilás, eram obtidos a partir do aquecimento do óxido de ferro, encontrado nas cavernas.
Os artistas pré-históricos – vistos como sábios ou magos e provavelmente líderes em seus grupos – não demoraram muito para descobrir que toda tinta se compõe de uma mistura entre um pigmento e um aglutinante, algo capaz de unir as moléculas do pigmento e de dar liga e consistência. Surgiram então vários tipos de aglutinantes: sangue, gordura de animais, urina e resinas de árvores.
Os desenhos, de tamanhos que variavam de um a cinco metros, eram feitos a partir de incisões cavadas diretamente nas rochas. Os sulcos e as áreas delimitadas por linhas eram então preenchidos com as tintas, que alternavam coloridos intensos com tons suaves, como se tivessem sido esfumados ou esfregados delicadamente.
As gravações na rocha eram feitas com pontas de sílex, um tipo de pedra muito dura. Vários fragmentos dessa pedra foram encontrados nas cavernas de Altamira, na Espanha, e de Lascaux, na França, as mais conhecidas e estudadas. Consideradas as dimensões das pinturas e as condições em que eram feitas, o trabalho era árduo. Podia levar semanas, meses ou anos, o que faz supor que os artistas do grupo eram dispensados de outras tarefas.
Fonte: Livro Tintas e Texturas – Editora SENAC
Tenho certeza, que o texto enriquecerá as informações previstas para a aula de Artes do sexto ano experimental.
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